Imagem via Sony Pictures Entertainment
Apesar do poder estelar de seu protagonista, Russell Crowe, O Exorcista do Papa não é um filme de terror instantaneamente clássico na veia de algo como A Conjuração, mas ainda contribui para um tempo sólido – embora ligeiramente esquecível – no teatro, que contém muitos sustos que podem pegar desprevenidos até os veteranos de filmes de terror mais grisalhos.
Crowe interpreta o padre Gabriele Amorth, o padre titular do mundo real que serviu como exorcista-chefe do Vaticano até falecer em 2016, cujos arquivos e histórias serviram de inspiração. Apesar do tom macabro e da natureza sobrenatural do filme, o personagem de Crowe traz alguma leviandade revigorante ao antigo e testado tropo “padre contra demônio”. Assistir a piadas frequentemente céticas de Amorth enquanto literalmente fala com o mal encarnado ajuda muito a colocar uma nova camada de tinta nas representações de exorcismos na tela grande.
Amorth é convocado para uma igreja abandonada na Espanha, que foi herdada por uma família viúva de três pessoas – Julia (Alex Essoe) e seus dois filhos Amy (Laurel Marsden) e Henry (Peter DeSouza-Feighoney). O Exorcista do Papa perde pouco ou nenhum tempo entrando no ritmo das coisas, com Henry sendo rapidamente dominado e influenciado pelas forças sinistras que ocupam o terreno da igreja ao chegar.
Essoe e Marsden apresentam desempenhos rígidos, mas, para seu crédito, seus respectivos personagens não são particularmente elaborados, existindo em última análise com o propósito de justificar a presença de Henry na igreja mal-assombrada. Uma pena, visto que Essoe em particular tem ótimas credenciais de terror, bem estabelecidas em vários projetos estelares de Mike Flanagan. O resto dos atores envolvidos em O Exorcista do Papa entregar reviravoltas admiráveis, graças ao roteiro que dá aos atores e ao público muita história de fundo para mastigar.

O Exorcista do Papa também se sai bem em agitar a fórmula de um filme de exorcismo ao ter uma espécie de história de detetive quebrando os encontros tensos de Amorth com o possuidor de Henry, elevando as apostas da história a um novo patamar quando ele descobre alguns segredos sombrios sobre o Vaticano. Embora pudéssemos ter ido sem que alguns dos crimes históricos da Igreja Católica fossem explicados por essas revelações, é executado com bons resultados para o progresso da narrativa.
Embora os efeitos visuais (práticos e digitais) sejam escassos, mas convincentes em sua maior parte, o cenário que se desenrola no clímax do filme fica muito fora de controle e bobo, quase rebaixando O Exorcista do Papa para o status de filme B, o que é uma pena, considerando o quão fundamentado (tanto quanto os contos sobre demônios assustadores malévolos podem ser) as coisas estavam até aquele ponto.
No final das contas, porém, considerando sua mistura de performances, um roteiro geral novo e convincente até seus minutos finais muito malucos, não nos rebaixaríamos a ligar O Exorcista do Papa um terror de nível B. É bom, mas não o suficiente para entrar no hall da fama dos filmes de terror.
Bom
Uma atuação sólida de seu protagonista em uma história que refresca a entrega e a mensagem de um filme de exorcismo oferece um filme de terror decente em geral. ‘O Exorcista do Papa’ deve ser uma noite suficientemente excitante no cinema, mas não uma que irá assombrá-lo depois disso.