Taylor Sheridan não conquistou o mercado da série Paramount + repleta de estrelas da lista A, mas certamente parece que sim. Sua última série, Operações Especiais: Leoaé sua quinta série P+ — e a sexta no geral, se você incluir Yellowstone, o show que iniciou seu império, e está repleto de grandes nomes. Mas, no fundo, o programa é um programa de espionagem militar que não é muito diferente de muitos dos programas desse tipo que vimos nos últimos 15 anos.
Tiro de Abertura: Uma vista de uma aldeia no deserto. “KOBANE, SÍRIA.”
A essência: Uma mulher de burca entra em um bunker subterrâneo de um prédio e se esconde. Ela pega um telefone e faz uma ligação.
Nesse ínterim, uma equipe de agentes da CIA treinados por militares observa um possível ataque. A líder do grupo, Joe (Zoe Saldaña) recebe uma ligação de seu ativo incorporado, aquele escondido na burca, no momento em que sua posição está sob cerco. Seu disfarce foi descoberto, diz o ativo; alguém viu a tatuagem da cruz em seu lado enquanto ela tomava banho. Joe pede cobertura aérea para sua posição enquanto tenta garantir que seu patrimônio permaneça seguro.
No final das contas, porém, o ativo é capturado enquanto estava ao telefone com Joe, deixando-a apenas uma escolha: ela explodiu o complexo terrorista com o ativo dentro.
Quando ela retorna a Langley, ela é questionada pelos chefes do programa Lioness, Donald Westfield (Michael Kelly) e Kaitlyn Meade (Nicole Kidman), e embora ela diga que confia em seu trunfo, ela reconhece que precisará ser mais cuidadosa com o próximo. Nesse ínterim, ela chega em casa e é uma estranha para seu marido Neil (Dave Annable) e seus dois filhos.
Voltamos quatro anos e vemos como Cruz Manuelos (Laysla De Oliveira) chegou a fuzileiro naval; trabalhando em uma lanchonete, ela está sendo perseguida por seu namorado abusivo quando revida e dá de cara com um escritório de recrutamento da Marinha. Ela finalmente se alista e pontua muito, tanto em testes físicos quanto de inteligência.
Joe fica cético quando Cruz é oferecida como seu novo trunfo, mas parece apreciar sua dureza. O programa Lioness foi projetado para que os ativos se infiltrem em organizações terroristas por meio das esposas e familiares dos membros da organização, e a missão de Cruz é fazer amizade com a irmã do alvo desejado. Depois que ela conhece a equipe – Bobby (Jill Wagner), Tucker (LaMonica Garrett), Two Cups (James Jordan), Tex (Jonah Wharton) e Randy (Austin Hébert) – e relutantemente bebe com eles, Cruz de ressaca é inserida em sua missão secreta sem muita preparação, que é exatamente o que Joe quer.
De quais programas isso o lembrará? Sempre que há um programa que envolve ativos da CIA neutralizando terroristas muçulmanos, nós o comparamos a Pátriaentão lá vai você.
Nossa opinião: Operações Especiais: Leoa é um show de Taylor Sheridan por completo. O superprodutor da Paramount+ criou a série e escreveu o primeiro episódio, baseando a história em um programa de contraterrorismo da vida real. Ele então fez o que costuma fazer, que é encher o show de estrelas da lista A, com uma liderança convincente em Saldaña e o apoio vencedor do Oscar na forma de Kidman e, mais tarde na temporada, Morgan Freeman. Mas, neste caso, o resultado é menor que a soma de suas partes.
Não há nada no primeiro episódio que indique isso Operações Especiais: Leoa é tudo menos um drama de espionagem de nível padrão, onde ‘heróis muricanos lutam contra bandidos muçulmanos’. É uma fórmula que vimos um milhão de vezes até a exaustão. O primeiro episódio tinha muito a cobrir, desde nos apresentar a Joe e a equipe, contar a história de Cruz e colocar as duas mulheres em posição de trabalhar juntas, que só temos pequenos vislumbres de seus personagens que não nos dizem o suficiente sobre onde essa história pode ir.
Joe está arrasado por ela ter matado seu patrimônio, mas, como ela disse a Westfield, quando foi capturada, ela já estava “morta”. Seu trabalho basicamente a tornou uma estranha para sua família, a ponto de ela ter que ser reapresentada aos filhos e ela e o marido terem um relacionamento aberto. Fora isso, porém, Joe é apenas retratado como um agente agressivo que não quer conhecer ninguém de sua equipe.
O que sabemos sobre Cruz, por outro lado, é que ela é uma mulher inteligente e forte que fez muitas escolhas ruins na vida até dar de cara com aquele escritório de recrutamento. Ela parou de beber por causa dessas más escolhas, mas desistiu porque, como diz um membro de sua nova equipe: “Não posso confiar em alguém com quem não posso beber”. Então, temos um pouco mais de conhecimento sobre Cruz, mas como isso a ajuda em sua nova posição, não sabemos.
O resto da equipe agora é apenas uma confusão de clichês paramilitares da TV, e achamos difícil acreditar que Kelly e Kidman estão a bordo apenas para serem chefes ofensivos em cenas isoladas de cada episódio. Dado o que sabemos da produção de Sheridan nos últimos anos, esse programa tem potencial para crescer, mas o que vemos até agora é bastante leve na história e no personagem.
Sexo e pele: Vemos brevemente a frente nua de Joe depois que ela sai do banho, e então há a cena em que Joe faz Cruz se despir para verificar se ela tem tatuagens.
Tiro de despedida: Observando que Cruz fez amizade com seu alvo, Joe, vestindo um hijab e óculos escuros, liga para a equipe e diz: “ela está dentro”.
Estrela Adormecida: Jill Wagner está desempenhando um papel bem diferente de qualquer coisa que a vimos desempenhar até agora. Certamente está muito longe de quando ela era mais conhecida como porta-voz dos veículos Mercury.
A linha mais piloto: Quando o oficial da Marinha diz a Cruz que sua missão a afastará da vida e da família que ela conhece, ela responde: “Não tenho família”.
Nossa Chamada: PULE ISSO. Operações Especiais: Leoa não é uma bagunça, mas é estranhamente inessencial e inerte, dado o elenco e o envolvimento de Sheridan. Existem programas melhores e semelhantes por aí.
Joel Keller (@joelkeller) escreve sobre comida, entretenimento, paternidade e tecnologia, mas não se engana: é um viciado em TV. Seus textos foram publicados no New York Times, Slate, Salon, RollingStone.com, VanityFair.com, Fast Company e em outros lugares.