A cidade de Nova York tem sido um ator importante no entretenimento desde o início – tanto nos bastidores quanto no centro das atenções. Existem inúmeros programas de televisão e filmes que parecem cartas de amor para a cidade radiante, bem como músicas e livros, como Sexo e a cidade“Nova York, Nova York”, de Frank Sinatra, A descida, e muitos mais. O novo filme Avenida da Históriaque leva o nome da comunidade do Bronx, lança uma nova luz sobre a cidade e seus habitantes, ao seguir dois indivíduos, cada um navegando pela dor à sua maneira, que se encontram conectados após um infeliz desentendimento.
Além de um amor respeitável por Nova York e de atuações brilhantes, o filme apresenta uma exploração genuína do amor e da perda e colore seu cenário com grafites emocionantes e aventuras comoventes.
Dirigido e co-escrito por Aristóteles Torres, História Av.e segue o artista colegial Kadir (Asante Blackk) após a morte de seu irmão mais novo.
O adolescente, sentindo-se incompreendido, foge de casa após uma discussão com a mãe. Ele recorre a seu melhor amigo Maurice “Moe” Hernandez (Alex Hibbert) e à perigosa gangue de graffiti à qual estão associados, dirigida pelo irmão mais velho de Moe, Sean “Skemes” Hernandez (Melvin Gregg). A situação de Kadir piora e ele precisa de dinheiro e de um lugar para ficar, ambos os quais só lhe serão concedidos por Skemes se ele provar ser um membro valioso da gangue.
Skemes dá uma arma a Kadir e diz para ele cometer um assalto e trazer de volta seus ganhos. Depois de uma noite de tentativas fracassadas, Kadir tenta roubar o maestro Luis (Luis Guzmán) do MTA, mas recebe em troca apenas uma carteira vazia.
Luis, um cara sensato, fica com pena do jovem e o convida para jantar em seu restaurante preferido, em troca de conseguir dinheiro em um caixa eletrônico próximo – que ele só desembolsa depois que Kadir lhe entrega a arma. Rapidamente, os dois desenvolvem uma amizade cativante. Kadir vai morar com o homem mais velho e o ajuda a conseguir um emprego e a se preparar para se candidatar à escola de artes.
Não é nenhuma surpresa que Luis Guzmán desempenhe o seu papel com facilidade. O talentoso ator segue sem esforço o limite entre ser zelador e amigo de Kadir, enquanto guarda um segredo obscuro. Em frente a Guzman, Asante Blackk – conhecido por Quando eles nos veem e Esses somos nós – se estabelece como um performer a ser observado, pois traz um nível impressionante de intensidade ao seu personagem, que muitas vezes fica paralisado de medo, solidão e raiva. Apesar de tudo, Kadir ainda é um adolescente de coração partido, com sonhos e uma bússola moral confiável, e Blackk transmite isso com urgência enquanto muda rapidamente entre as emoções e se comporta com olhos comoventes e uma linguagem corporal desarmante. Juntos, Guzmán e Blackk proporcionam uma sensação de leveza e esperança à história, mesmo nos momentos mais sombrios.
Além das atuações notáveis, Avenida da História serve como uma carta de amor para Empire City. Apesar das suas histórias difíceis de engolir e dos visuais explícitos de abuso e violência, o filme recusa-se a vilanizar as personagens e mostra como os problemas socioeconómicos cruciais da cidade – como a gentrificação e a discriminação na educação – desempenharam papéis nos vários problemas que as personagens enfrentam. Ao fazer isso, o filme pinta um retrato da verdadeira cidade de Nova York: os trens sujos do metrô cheios de fãs apaixonados por esportes, jovens casais e transplantes temerosos; prédios de tijolos e paredes de apartamentos pintados com grafites coloridos; e lanchonetes noturnos administrados por garçons amigáveis que já trabalhavam o dia inteiro em seu outro trabalho.
Ao todo, há muito o que amar Avenida da História. Torres escreveu um roteiro contundente que destaca a beleza de uma cidade que floresce, apesar da violência e da dor que seus habitantes carregam para si e, em alguns casos, para outros. E através do desenrolar do enredo, o cineasta prova que confia no seu público, permitindo-lhes estabelecer conexões entre os temas e os próprios personagens, em vez de explicar tudo.
Mais importante, Avenida da História ensina que as pessoas — independentemente da sua raça, classe ou experiências de vida — não serão deixadas para trás ou esquecidas, e que a bondade é a nossa melhor arma contra um mundo violento.
Avenida da História estreia nos cinemas a partir de 29 de setembro. Veja os horários de exibição aqui.
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