George Lucas refutou as críticas sobre a aparente falta de diversidade em Star Wars durante o Festival de Cinema de Cannes, onde ele receberá uma Palma de Ouro honorária.
“Eles diriam: ‘São todos homens brancos’. Eu diria que não é. A maioria das pessoas são alienígenas”, disse ele. “E a ideia é que você deve aceitar as pessoas como elas são, seja grandes e peludas ou verdes e o que quer que seja – a ideia é que todas as pessoas são iguais.”
Lucas, conhecido por dirigir ou produzir os seis primeiros filmes de Star Wars, destacou que os únicos personagens discriminados naquela galáxia distante eram robôs e andróides.
“E essa foi uma forma de dizer que as pessoas estão sempre discriminando algo e, mais cedo ou mais tarde, é isso que vai acontecer”, acrescentou. “Quer dizer, já estamos começando com IA, dizendo: ‘Bem, não podemos confiar nesses robôs.’”
Ele continuou defendendo a franquia, mencionando que escalou os atores negros Billy Dee Williams e Samuel L. Jackson para papéis principais.
“No primeiro filme, havia alguns tunisianos que eram morenos, e no segundo eu tinha Billy Williams, e nos prequels, que eles também estavam criticando, eu tinha Sam Jackson. Ele não era um canalha como Lando. Ele era um dos principais jedi”, disse ele.
Lucas também destacou que Carrie Fischer e Natalie Portman foram as heroínas finais como Princesa Leia e Rainha Padme Amidala.
“Quem você acha que são os heróis nessas histórias? O que você acha que era a Princesa Leia? Ela é a cabeça da rebelião. É ela quem está liderando esse garoto que não sabe de nada e esse cara arrogante, eu sei tudo, que não pode fazer nada e tentando salvar a rebelião com esses palhaços”, disse ele, antes de acrescentar: “E é a mesma coisa com a Rainha Amidala.”
O diretor também explicou como a franquia evoluiu desde que ele a concebeu em 1977 com Star Wars: Uma Nova Esperança, filme que ele descreveu como sendo para crianças de 12 anos que estavam passando pela puberdade.
Lucas, que vendeu a Lucasfilm para a Disney em 2012, também fez críticas às sequências, admitindo que cedeu seu controle criativo ao vender a empresa.
“Fui eu quem realmente entendia o que Star Wars era… quem realmente conhecia esse mundo, pois há muito nele. A Força, por exemplo, ninguém entendeu a Força”, disse. “Quando eles começaram outros depois que vendi a empresa, muitas das ideias que estavam no original meio que se perderam. Mas é assim que as coisas são. Você desiste, você desiste.”
O cineasta será homenageado com a Palma de Ouro honorária na cerimônia de encerramento de Cannes, no sábado, dia 25 de maio.
Essas declarações de George Lucas ressaltam a importância da diversidade e inclusão no universo cinematográfico, especialmente em franquias de grande impacto como Star Wars. Lucas defendeu seu trabalho e o elenco diversificado que escolheu para os filmes, destacando a representatividade de diferentes grupos étnicos e de gênero. Além disso, ele explicou como a evolução da franquia ao longo dos anos reflete as mudanças na sociedade e no cinema, ao mesmo tempo em que reconheceu as dificuldades de manter sua visão original após vender sua empresa para a Disney. A Palma de Ouro honorária é o reconhecimento do legado duradouro de George Lucas no cinema e na cultura pop, celebrando sua contribuição única para a indústria cinematográfica.