No romance distópico de Margaret Atwood, “O Conto da Serva”, o regime totalitário de Gileade ressurge das cinzas da América. O paralelo com a realidade política atual não poderia ser mais evidente do que durante um recente comício de Donald Trump no Bronx.
No Crotona Park, os apoiadores de Trump se reuniram vestindo suas melhores roupas MAGA, agitando bandeiras e cartazes com slogans como “Make America Great Again” e “Trump 2024: The Revenge Tour”. O ex-presidente fez uma apresentação aos eleitores negros e latinos, elogiando suas políticas econômicas e sua postura firme em relação ao crime e à imigração, embora as consequências dessas políticas para as comunidades marginalizadas tenham sido desproporcionais.
No entanto, a presença de Trump no reduto azul do Bronx foi vista como uma grande reunião de apoiadores em uma cidade que prospera através de sua diversidade multicultural. Embora a composição demográfica da multidão tenha sido majoritariamente branca, a ideia de que o bairro estaria se voltando para Trump parecia desconectada da realidade. Os verdadeiros moradores do Bronx provavelmente evitaram o evento, deixando espaço para racistas, sexistas, homofóbicos e seguidores extremistas do ex-presidente.
Especialistas observaram que, apesar das alegações dos apoiadores de Trump, a grande maioria dos habitantes do Bronx é formada por pessoas de cor, enquanto a multidão no comício era majoritariamente branca. A discrepância levantou questionamentos sobre a representatividade e as motivações por trás do evento.
O cenário no comício de Trump fez com que alguns imaginassem um futuro distópico, no qual os chapéus vermelhos MAGA passariam a simbolizar um regime autoritário, ecoando as práticas opressivas de Gileade no romance de Atwood.
Em última análise, o comício de Trump no Bronx não parece ter tido como objetivo alcançar as diversas comunidades da cidade de Nova York. Foi uma oportunidade para o ex-presidente se reconectar com seus maiores fãs e receber o apoio incondicional de uma base fiel.
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