Como uma das figuras mais icônicas da história da música e da cultura pop, é lógico que o personagem de Antoine Fuqua Michael Jackson a cinebiografia fará um sucesso nas bilheterias.
Afinal, Bohemian Rhapsody chegou perto de um bilhão de dólares, apesar de dificilmente ter recebido ampla aclamação da crítica, e o lendário Rei do Pop continua sendo uma das celebridades mais famosas e fascinantes que já existiu.
A desvantagem é que já existem suspeitas de que o projeto será açucarado, com o sobrinho de Jackson, Jafaar, desempenhando o papel principal em uma adaptação da história de vida do sujeito que conta com total apoio e apoio de seu espólio. Quando isso acontece, os negativos tendem a ser varridos para debaixo do tapete em favor da hagiografia, e é um eufemismo dizer que MJ foi alvo de algumas alegações preocupantes.
E ainda assim, em entrevista ao Collider, Fuqua prometeu que seu filme irá capturar “o bom, o ruim e o feio” da vida de Jackson, mesmo que você tenha a impressão distinta de que não será inteiramente verdade quando for lançado.
O cineasta quer oferecer “uma visão melhor sobre Michael como artista, como ser humano – o bom, o mau e o feio – e deixar as pessoas decidirem por si mesmas o que sentem sobre Michael Jackson”. Não quero parecer muito cínico, mas acreditaremos quando virmos isso, dada a maneira como as cinebiografias de Hollywood aprovadas por parentes vivos e administradores de imóveis tendem a omitir alguns momentos muito importantes em favor de evitar possíveis controvérsias.