Máximo Complexo Salvador documentário de três partes detalha a complicada história do trabalho missionário branco na África através do estudo de caso da americana Renee Bach, que abriu uma clínica em Uganda para crianças desnutridas em 2009, sem qualquer tipo de formação médica. 105 crianças morreram durante ou depois de estarem sob seus cuidados.
Quem é Renée Bach?
Renee Bach é uma devota evangélica nativa da Virgínia que viajou para Jinja, Uganda, em 2007, para ser voluntária em um orfanato administrado por missionários. Convencida de que tinha encontrado a sua vocação, e que esta vinha de Deus, regressou em 2009 para fornecer refeições às crianças do distrito de Masese, duas vezes por semana, sob a bandeira de uma instituição de caridade a que chamou Serving His Children. Logo, o hospital pediátrico local pediu a ela que ajudasse crianças desnutridas e transformou sua casa em um centro de nutrição.
De acordo com NPR, entre 2010 e 2015, quando a clínica foi encerrada, Bach acolheu 940 crianças gravemente desnutridas, assumindo a responsabilidade de realizar procedimentos médicos para os quais não estava nem remotamente preparada, como transfusões de sangue e inserção intravenosa. Uma enfermeira registrada em Dakota do Norte, Jackie Kramlich, decidiu se juntar a Bach, que já tinha 22 anos, “com admiração”, informou a NPR. Não demorou muito para que ela percebesse o quanto o missionário estava perdendo a cabeça. Ela deixou a clínica e enviou uma carta de preocupação ao conselho de administração da instituição de caridade, mas só anos depois, em 2015, é que denunciou Bach à polícia do Uganda. A clínica foi imediatamente fechada.
Onde está Renée Bach agora?
Bach não foi apenas tema da HBO Complexo Salvador documentário, mas também participou dele de forma voluntária e extensiva, argumentando seu lado da história. O estudante do ensino secundário acabou por reabrir um centro de tratamento num distrito diferente de Jinja, com financiamento da Serving His Children e uma parceria com o Ministério da Saúde do país. Ela não contribuiu para nenhum tratamento médico.
Em 2019, Primah Kwagala, uma advogada de direitos civis do Uganda, processou Bach em nome de duas mães, cujos filhos tinham morrido na clínica de Bach ou pouco depois de lá terem estado. A certa altura, a má publicidade e a animosidade levaram Bach a voltar para a Virgínia, onde vive agora com os seus dois filhos. De acordo com a NPR, o ex-missionário concordou em pagar US$ 9.500 a cada um dos pais, desde que “não houvesse admissão de responsabilidade”.
Na série documental Max, dirigida e produzida por Jackie Jesko, Bach mantém sua posição de que ajudou muito mais crianças do que prejudicou. Em 2019 ela disse à NPR “Não era o ideal. Mas o que você faz em uma situação não ideal?”
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