Eu adoro chamar filmes como A geração de pods (agora transmitido no Hulu) de ficção científica pós-tecnologia da Apple – você sabe, filmes em que a visão do futuro é elegante, minimalista e agradável aos olhos, o que é ótimo se você não está pensando muito sobre a crescente dependência tecnológica prejudicial à saúde. Emília Clarke (A Guerra dos Tronos) e Chiwetel Ejiofor interpretam um casal do final do século 21 que decide ter um filho, algo normal e comum, exceto pelo fato de que ela não irá carregar o bebê, que será gestado dentro de um casulo do tamanho de uma bola de basquete. Isso a torna um membro mais produtivo da sociedade, sem dores nas costas ou idas frequentes ao banheiro. Parece melhor, não é? Bem, talvez não seja? (Provavelmente não é.)
A história se passa em um tempo indeterminado no futuro – próximo do século XXII. A humanidade não derreteu com o aquecimento global nem se autodestruíu. Rachel Novy (Clarke) acorda de manhã e é psicologicamente agredida de forma gentil por uma inteligência artificial que controla sua alimentação, guarda-roupa e rotina. Ela se incomoda em fazer uma “sessão de cápsula na natureza”, reservada para moradores da cidade; eles sobem em um canto aconchegante cercado de plantas, com uma tela projetando imagens agradáveis de praia ou floresta. Depois disso, ela trabalha na Pegazus, uma megacorporação que consome a realidade, virtual ou não. No caminho de volta para casa, ela pode visitar Eliza, sua terapeuta de IA, que é um globo ocular gigante em uma tela com uma voz suave falando psicologia.
Rachel é a principal provedora da família. Seu marido, Alvy (Ejiofor), é um botânico que ganha cerca de 57 dólares por ano como professor assistente, levando seus alunos a uma estufa, onde eles não têm interesse em comer um figo maduro direto da árvore. Alvy não se encaixa nesse mundo. Ele é um homem simples que só quer mexer na terra e respirar o ar puro. A mesa de cabeceira dele tem um livro com a palavra “FUNGOS” na capa. Ele não fica confortável com a ideia de visitar o Centro do Casulo, doar material genético e assistir ao bebê crescer dentro de um pequeno ovo de plástico.
Finalmente, Alvy aceita a ideia e eles vão ao Centro do Casulo, onde conhecem a sinistra representante de atendimento ao cliente (Rosalie Craig), que os guia no processo, que inclui ver o espermatozoide de Alvy fertilizar o óvulo de Rachel em uma tela grande. Mas tudo muda quando Rachel começa a ter sonhos perturbadores sobre a gravidez e começa a questionar suas escolhas. Alvy decide levar o ovo em um carrinho ao parque e deixa a criança interagir com outras crianças.
Em conclusão, A geração de pods é um filme distópico que traz uma sutil sátira sobre a dependência tecnológica futurista, a manipulação feminista, a luta entre o natural e o artificial, o papel da inteligência artificial na sociedade e o controle corporativo sobre aspectos fundamentais como a procriação. Apesar de não ser perfeito, o filme intriga e provoca reflexões leves sobre esses temas. Vale a pena assistir.