Talvez você não esteja surpreso ao saber disso A garota que matou os pais – A confissão (agora transmitido no Amazon Prime Video) é um filme sobre uma garota que matou seus pais e depois confessou seus maus atos. É o terceiro filme de uma série que começou naturalmente com A garota que matou seus paisque é sobre a parte assassina de tais atos, e O menino que matou meus pais, que reitera esses feitos na perspectiva da menina. Não importa o ângulo, esses filmes cheiram a exploração, considerando que são baseados nas mortes prematuras na vida real de Manfred e Marisia von Richthofen, que foram assassinados em São Paulo, Brasil, por sua filha Suzane, seu namorado Daniel Cravinhos e seu irmão Cristian Cravinhos, em 2002. E agora toda a saga sórdida é dramatizada de uma forma que faz as novelas parecerem O Armário Feridoo que poderia ser engraçado se não deixasse um gosto ruim na boca.
A essência: Suzane (Carla Diaz) queria o dinheiro dos pais. Eles tinham milhões e uma casa grande com uma empregada em tempo integral e uma piscina onde Suzane dá uma festa de aniversário de 19 anos feliz-feliz-alegria para si mesma, uma semana depois de ter orquestrado o assassinato deles. Eles também não aprovaram o relacionamento dela com Daniel (Leonardo Bittencourt), possivelmente porque são esnobes por ele vir de uma família de classe média, possivelmente porque seu irmão Cristian (Allan Souza Lima) tinha tendências agressivas e se associava a criminosos. De qualquer forma, o ato horrível é recapitulado durante os créditos iniciais: certa noite, Suzane, Daniel e Cristian entraram na casa dela, os dois homens espancaram seus pais até a morte na cama e os três reviraram o lugar para fazer parecer como um roubo e roubo.
Retomamos a narrativa nos momentos imediatos após os assassinatos. Suzane e Daniel deixam Cristian na rua de madrugada e vão para um “motel do amor”. Esse é o álibi deles – nós não os matamos, policial, estávamos sondando os orifícios um do outro! Os amantes pegam Andreas (Kauan Ceglio), irmão mais novo de Suzane, em um cibercafé e vão para casa, onde “encontram” a cena horrível. Os policiais chegam e ao nascer do sol uma multidão se forma do lado de fora da casa. E justamente quando você espera ver uma cena de um repórter de TV dizendo como este bairro rico está chocado com esta terrível tragédia, temos uma foto de ângulo baixo dos pés da chefe de polícia quando ela chega ao local e sai do carro – e ENTÃO temos a cena de um repórter de TV dizendo como este bairro rico está chocado com esta terrível tragédia. A criatividade deste filme, misturar dois clichês ofegantes em uma cena! É o que você chama de “economia da narrativa”.
De qualquer forma, a chefe é Helena (Barbara Colen), e ela lidera uma investigação que torna o filme meio processual, meio BOATS (Baseado em uma história verdadeira, claro) novela. Ela chama todos para interrogatório e Suzane tenta despistá-la com indignação fingida e histórias perturbadoras sobre como sua mãe simplesmente nunca se dava bem com qualquer uma das empregadas que empregavam. Os dias passam e Suzane parece muito animada e Daniel parece muito sentimental e qualquer policial novato de escalão inferior olharia para eles e sentiria um monte de besteira. Quero dizer, eles poderiam muito bem estar usando camisetas com os dizeres ELE FEZ ISSO e ELA FEZ ISSO com flechas nelas. Enquanto isso, o idiota do Cristian pega o dinheiro que roubou e compra uma bela motocicleta, o que dá aos policiais a oportunidade de derrubar álibis como uma criança em uma cabana feita de toras de Lincoln. E tudo isso leva a uma conclusão superdramática de que – bem, sem spoilers, mas está logo ali no título da coisa.
De quais filmes você lembrará?: A garota que… os filmes são uma versão feita para o orçamento da TV de thrillers policiais reais, como A garota mais sortuda do mundo ou Todas as coisas boas.
Desempenho que vale a pena assistir: Colen é o único membro do elenco aqui que não finge estar em um episódio antigo de Polícia de Nova York Azul ou Crista do Falcão.
Diálogo memorável: Uma frase que sai da conversa entre as amigas de Suzane na festa na piscina: “Ela agora é milionária!”
Sexo e Pele: Trajes de banho reduzidos; uma cena de sexo PG-13.
Nossa opinião: Sentimentos confusos aqui, já que A confissão se transforma em uma excentricidade hilariante e zombeteira que está alarmantemente perto de ser irônico, mas o fato de que está explorando a tragédia da vida real por causa dessa excentricidade zombeteira. E é aí que cruza a linha da falta de gosto; onde filmes mais sérios e artísticos exploram as consequências emocionais, psicológicas ou sociais da semente de uma história verdadeira, este é apenas superficial e inútil.
O roteiro parece um resumo da Wikipedia repleto de clichês melodramáticos, as performances e os personagens são de uma só nota e a representação dos interrogatórios policiais no terceiro ato é comicamente exagerada. O trecho dramático final é ridículo e repetitivo, à medida que Diaz, Bittencourt e Lima alcançam alturas histriônicas que aumentam a credibilidade: chorando, lamentando e gritando negações tornadas ainda mais ridículas por efeitos de câmera lenta e uma trilha sonora que transmite batidas emocionais com toda a sutileza. de um neurocirurgião empunhando uma britadeira. O momento mais comovente do filme vem da mãe de Daniel, que, ponderando sobre o potencial envolvimento de seus filhos em um crime brutal, diz: “O amor não mata, certo?” Esse sentimento absurdo cai como uma pedra de 5 quilos em uma poça de meio litro.
Nosso chamado: A garota que matou os pais – A confissão entrega o que diz no título com todo o estilo e sutileza de uma produção feita para TV a cabo dos anos 90. PULE ISSO.
John Serba é escritor freelance e crítico de cinema que mora em Grand Rapids, Michigan.
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