Os thrillers geralmente têm seus mocinhos e bandidos, mas quando há mais áreas cinzentas para explorar, melhores são as histórias desses programas. E quando essa área cinzenta é uma versão ficcional de um terror da vida real, isso torna a história ainda melhor, como vemos num novo thriller irlandês. Tiro de abertura: Em cenas do interior da Irlanda, ouvimos a voz de uma mulher sussurrando o poema “Do Not Stand On My Grave And Weep”. A essência: “Kilkinure, Irlanda Ocidental, 2015.” Lorna Brady (Ruth Wilson) acorda em uma estrada rural, cercada por vacas. Ela não tem ideia de como chegou lá; há um caco de vidro em sua mão e sangue em sua camisola. Ela é conhecida por ser sonâmbula, então essa circunstância incomum não parece ser uma grande surpresa para ela; ela pega o caco de vidro, se limpa e volta para a cidade. Ela vai até sua casa e vê que enfiou uma faca em um retrato de Jesus que ela tinha na parede, perfurando um cano no processo. Ela coloca o retrato em um quarto que trancou e reluta em entrar. Quando ela chega ao trabalho – ela é costureira em uma loja de roupas – o dono da loja lhe dá um bilhete que alguém deixou. Uma das clientes, uma mulher grávida chamada Nimah (Philippa Dunne), diz a ela que está reunindo algumas vítimas do convento local que serviu como uma das muitas Lavanderias Madalena na Irlanda para conversar sobre como obter restituição. Lorna, que foi enviada para aquele convento ainda adolescente quando seus pais descobriram que ela estava grávida, não quer participar da reunião. Memórias de ser uma “mulher caída” naquele convento, e de seu bebê ter sido tirado dela, ainda a assombram. Esse trauma é provavelmente um dos grandes motivos pelos quais ela é sonâmbula. Quando ela dá uma olhada no bilhete, ele diz “Eu sei o que aconteceu com seu filho” e tem um número de telefone. Ela liga, mas recebe uma mensagem de volta. A pessoa não se identifica, mas quer se encontrar em um pub local. Enquanto isso, em Dublin, o DS Colman Akande (Daryl McCormack) é chamado a uma residência da igreja onde o corpo de um padre foi encontrado, espancado até a morte. O padre, padre Percy (Stephen Brennan), é o pároco que ajudou Colman quando ele era criança se metendo em encrencas e outros problemas, então o caso é pessoal para ele. Colman vai para Kilkinure quando o oficial local, sargento. Aidan Massey (Simon Delaney) relata que um carro pertencente ao Padre Percy foi encontrado na beira de uma estrada de lá. Enquanto Colman entrevista moradores da cidade que poderiam ter conhecido Percy, ele descobre que o padre que o ajudou era encarregado de uma lavanderia Madalena na área. Uma das mulheres com quem ele conversa, Amy Kane (Hilda Fay), está quase exultante com a morte do padre. Lorna vai ao bar encontrar o contato anônimo e fica bêbada quando a pessoa não aparece. Depois de atacar alguém em uma despedida de solteira e desmaiar, ela acorda em sua casa, com as portas trancadas por dentro. Ela entra na sala trancada, que está aberta, e vê o corpo de uma mulher morta, e não tem ideia de como a mulher foi parar lá. Em vez de chamar a polícia, ela simplesmente deixa a mulher morta no quarto. Porém, quando ela vê um caminhão de reboque carregando o carro verde do padre Percy para uma delegacia de polícia, outro incidente de sonambulismo é desencadeado, este envolvendo um machado, uma lata de gasolina e um isqueiro. Foto: Chris Barr/SHOWTIME De quais programas você lembrará? A mulher na parede é um pouco Lembrança-esque. Houve também um filme chamado Sonâmbulo em 2017. Nossa opinião: Criado por Joe Murtagh, A mulher na parede pinta um quadro complexo de sua personagem principal, Lorna, e das circunstâncias que alimentam seu sonambulismo. Embora o show seja um thriller, a história está enraizada em um escândalo muito real que assombrou a Irlanda por décadas. Por causa disso, a série é uma visão eficaz de como as pessoas processam os principais traumas da natureza que Lorna sofreu quando era adolescente. Se você não sabe nada sobre as Lavanderias Madalena, vale a pena pesquisá-las um pouco, só para ver o quanto as “mulheres caídas” que foram enviadas para elas foram abusadas. No caso de Lorna, ela foi uma das muitas jovens que foram enviadas para uma das lavanderias após uma gravidez inesperada e cujos bebês foram tirados delas. É um trauma inimaginável de sofrer, e ver os flashbacks da jovem Lorna (Abby Fitz) sendo enviada para o convento e tendo seu bebê levado é doloroso de assistir. Mas também faz você sentir simpatia por ela quando ela acorda aleatoriamente em lugares sem nenhuma lembrança de como chegou lá, mesmo que o que ela fez durante o sonambulismo foi colocar fogo no carro do padre. O retrato eficaz de Lorna feito por Wilson é o de uma mulher assombrada; ela não consegue fugir de seu passado, mesmo quando finge ser dura e se recusa a se envolver com pessoas que querem ajudá-la. Quanto mais ela tenta reprimir seu passado, mais forte ele volta na forma daqueles incidentes de sonambulismo. O lado de Colman nessa história não é tão profundamente explorado no primeiro episódio, mas ainda é intrigante. Ele conhecia o padre Percy como uma espécie de salvador, alguém que lhe dava orientação e apoio na vida quando ele precisava desesperadamente. A forma como ele resolverá essas novas informações que está descobrindo sobre o padre enquanto investiga o assassinato de Percy provavelmente trará à tona seus antigos traumas. Depois, há a questão do corpo. Pode parecer quase inconcebível que Lorna não vá à polícia imediatamente ao encontrar o corpo em sua casa, mas ela também sabe do que é capaz quando está dormindo, assim como o resto da cidade. Suas escolhas podem parecer extremas, mas dado quem a pessoa é, o trauma que Lorna sofreu e os extremos que ela chega durante o sonambulismo, o que ela faz com o corpo da mulher no final do episódio faz sentido. Como dissemos, A mulher na parede se configura como um thriller, com Lorna e Colman em lados opostos tanto no assassinato do padre quanto no desaparecimento da mulher que Lorna encontrou em sua casa. Mas as áreas cinzentas exploradas nesta história são numerosas e, como é aí que reside a tensão, acaba sendo muito mais interessante do que um thriller padrão. Sexo e Pele: Nenhum. Foto de despedida: Lorna arrasta o corpo da mulher para sua sala, onde a parede já está parcialmente aberta para que ela conserte o cano que esfaqueou enquanto dormia. Ela abre a parede com um machado, enfia o corpo entre as vigas e depois sela a parede novamente. Estrela Adormecida: A personagem de Hilda Fay, Amy Kane, parece estar especialmente irritada com as tentativas do governo de pagar restituição às vítimas das lavanderias e diz isso em termos inequívocos. Linha mais piloto: Quando Niamh conta às vítimas das lavanderias que as últimas fecharam em 1996, ela comenta o quão recente isso foi dizendo: “A porra da ‘Macarena’ estava nas paradas”. Frase estranhamente alegre, dadas as circunstâncias. Nosso chamado: TRANSMITIR. A mulher na parede tem sucesso por causa do desempenho principal de Ruth Wilson, bem como pelas áreas cinzentas que a tragédia das Lavanderias Madalena causou. Joel Keller (@joelkeller) escreve sobre comida, entretenimento, paternidade e tecnologia, mas não se engana: é viciado em TV. Seus escritos foram publicados no New York Times, Slate, Salon, RollingStone. com, VanityFair. comFast Company e em outros lugares. (function(d, s, id) { var js, fjs = d.getElementsByTagName(s)[0]; if (d.getElementById(id)) return; js = d.createElement(s); js.id = id; js.src = “//connect.facebook.net/en_US/sdk.js#xfbml=1&appId=823934954307605&version=v2.8”; fjs.parentNode.insertBefore(js, fjs); }(document, ‘script’, ‘facebook-jssdk’)); Reescreva o texto para BR e mantenha a HTML tags