Vimos dezenas de procedimentos criminais em que duas pessoas atraentes, briguentas e incompatíveis são colocadas juntas para resolver crimes, com sua atração uma pela outra borbulhando não muito abaixo da superfície. Esses shows vivem e morrem na química entre esses dois atores, e se não estiver na tela, o show se torna quase impossível de assistir. Uma nova série de TV da Acorn que acontece na cidade turística francesa de Cannes apresenta brigas e solucionadores de crimes incompatíveis. Mas é bom?
Tiro de abertura: À medida que nos aproximamos da costa de Cannes, na França, duas motocicletas se perseguem.
A essência: Em uma das motocicletas está a tenente Camille Delmasse (Lucie Lucas), do escritório de Cannes da Polícia Nacional. Quando ela finalmente rastreia seu criminoso e o algema, ele pergunta quem ela é. “Eu sou um policial. Bem-vindo a Cannes”, ela responde. Sua parceira Lea (Tamara Marthe) pergunta por que ela não ligou pedindo reforços e Camille diz que não teve tempo.
Pegar bandidos não é a única coisa com a qual Camille tem que lidar; ela está determinada a limpar o nome de seu pai Henry (Jean-Hugues Anglade), o ex-chefe de polícia da cidade. Ele está na prisão aguardando julgamento por acusações de corrupção.
Mas também há o corpo de um artista de rua local, que dizem ser o misterioso artista chamado The Joker, para lidar. Enquanto Camille investiga, ela se desentende com um motociclista britânico chamado Harry King (Jamie Bamber), que ela encontra consolando a irmã do artista morto não muito depois de ela desalojar o para-choque de seu roadster vintage, graças ao seu temperamento e suas habilidades de equitação.
Ele definitivamente sabe mais sobre o artista de rua, cuja irmã admite para Camille ser o Coringa, do que ele está deixando transparecer, e eles parecem se cruzar em diferentes partes da investigação. Eles se entrelaçam quando Camille e Lea questionam um suspeito e ela comanda sua motocicleta para perseguir alguém que agrediu aquele suspeito.
Enquanto isso, Camille fica sabendo que seu pai decidiu se declarar culpado das acusações de corrupção, o que a deixa perplexa. Novamente, Harry pode ter algumas informações sobre isso também, mas ele também está em Cannes em uma missão própria.
De quais programas isso o lembrará? Cannes Confidencial é mais ou menos o tipo de procedimento que iria ao ar na ABC. Por que ABC e não CBS? Porque para nós tem mais um slick Castelo-gosto de sentir do que um sério NCIS sentir.
Nossa opinião: Cannes Confidencial, criado por Chris Murray, tem que superar muitos obstáculos em seu primeiro episódio. Primeiro, Camille e Harry precisam entrar nas órbitas um do outro para que possam começar a trabalhar juntos, e surge uma situação em que o policial e o vigarista fazem esse acordo contínuo que os tornará parceiros improváveis e briguentos na resolução de crimes. Além disso, temos Camille tentando limpar o nome de seu pai.
Claro, também há um mistério a resolver, e isso é enganado no primeiro episódio. Não há muitos suspeitos, o mistério em si é fácil de descobrir e está praticamente resolvido faltando dez minutos para o final do episódio. Há pelo menos duas longas perseguições, e o cenário ali é ótimo, mas uma delas poderia ter sido cortada para dar mais profundidade ao mistério.
Outro obstáculo que o primeiro episódio não supera é o fato de que todos, exceto Bamber, são franceses, mas falam inglês. Exceto para fins de televisão, por que diabos todos em uma cidade francesa falariam uns com os outros em inglês? Não faz absolutamente nenhum sentido. E já que todos os atores exceto Bamber são franceses, os sotaques às vezes atrapalham as apresentações.
Não apenas o diálogo é difícil de ouvir sobre a trilha sonora pulsante, mas ao tentar discernir qual é o diálogo, não podemos nem mesmo focar na atuação de Lucas e alguns de seus colegas de elenco. Normalmente não insistimos nesse tipo de coisa, mas teríamos preferido que todos falassem em francês, incluindo Bamber, devido ao cenário da série.
Sexo e pele: Nenhum no primeiro episódio.
Tiro de despedida: Harry e Camille fazem um acordo que os manterá trabalhando juntos. Veja abaixo, em “Pilot-y Line”, para saber mais sobre isso.
Estrela Adormecida: Para ser honesto, não vimos nenhum destaque nesta categoria.
Linha mais piloto: Quando ela faz seu acordo com Harry, Camille diz: “E eu vou pregar suas bolas no convés de seu barco de merda se você correr em mim.” Não tenho certeza se a linha ou a entrega foi desajeitada, mas essa linha caiu com um baque enorme.
Nossa Chamada: PULE ISSO. Um show como Cannes Confidencial precisa ter uma boa química entre seus personagens principais para que os espectadores comprem a briga que mal cobre a tensão sexual. E não vimos nada disso no primeiro episódio, e duvidamos que a química se desenvolva ao longo da primeira temporada do programa.
Joel Keller (@joelkeller) escreve sobre comida, entretenimento, paternidade e tecnologia, mas não se engana: é um viciado em TV. Seus textos foram publicados no New York Times, Slate, Salon, RollingStone.com, VanityFair.comFast Company e em outros lugares.