Imagine viver em um mundo onde todo mundo tem um superpoder. Agora imagine viver nesse mundo quando você é o único que não tem um. Você se sentiria feliz? Frustrado? Algo mais? Uma nova comédia segue uma jovem que vive exatamente essa situação.
Tiro de abertura: Uma jovem se senta para uma entrevista de emprego, com o horizonte de Londres ao fundo.
A essência: A entrevistadora, que por acaso usa um tapa-olho, tem um poder especial: ela pode fazer as pessoas dizerem a verdade. Jen (Máiréad Tyers) não consegue deixar de falar todo tipo de coisas nada lisonjeiras sobre si mesma, nenhuma das quais atrapalha a entrevista. Mas quando perguntam a Jen qual é o seu poder, ela diz que ainda não tem nenhum.
Jen vive em um mundo onde todos têm algum tipo de superpoder. Todo mundo, quero dizer, menos ela. Ela deveria receber o poder depois de seu aniversário de 18 anos, mas agora ela tem 25 anos e ainda não chegou. Neste mundo, as pessoas usam seus superpoderes por razões estúpidas e mundanas, como o cara que é capaz de jogar uma poça d’água em Jen para que um táxi não passe por ela e espirre nele.
As colegas de quarto de Jen têm poderes interessantes: Carrie (Sofia Oxenham) canaliza pessoas mortas, o que é útil quando os advogados para quem ela trabalha precisam negociar uma disputa imobiliária. “Eu sou um eletrodoméstico”, ela diz a Jen quando percebe que essa é a única razão pela qual ela está lá. O namorado de Carrie, Kash (Bilal Hasna), pode voltar no tempo, pelo menos alguns minutos, mas ele usa isso para fazer coisas como garantir que Jen não o veja em uma fantasia que diz “SUPER COCK”. Ele quer criar um grupo de vigilantes em vez de encontrar um emprego real.
Ela vê os anúncios de um centro que ajudará pessoas que estão presas como ela a liberar seus poderes, mas sente que o descobrirá a qualquer momento. Mas é frustrante que as pessoas se sintam mal por ela, e que ela tenha que namorar caras como o cara bonito que voa como o Super-Homem e o cara nerd que pode fazer os seres vivos gozarem com apenas seu toque. Ela traz o segundo cara para casa, esperando que ela consiga escapar mesmo com algum contato acidental, mas ele insiste em usar uma luva e ver se consegue fazê-la gozar por conta própria. Na manhã seguinte, o gato preto que ela encontrou do lado de fora de seu apartamento pula na cama, estende a pata e… bem, há uma razão pela qual os colegas de apartamento decidiram chamá-lo de Jizzlord.
Jen vai para a festa de aniversário de 18 anos de sua meia-irmã Andy (Safia Oakley-Green). Assim que ela apaga as velas no minuto em que completa 18 anos, ela arranca a porta da geladeira, mostrando uma superforça recém-descoberta. É quando Jen decide tentar extrair seu poder de onde quer que esteja escondido.
De quais programas isso o lembrará? o tom de Extraordinário nos lembra de os meninosmas a história é mais parecida com outra série do Hulu, Estridente.
Nossa opinião: Criado por Emma Moran, Extraordinário dá muitas risadas porque existe em um mundo onde ter superpoderes não é grande coisa. Então, quando Jen anda pela rua e nem dá uma segunda olhada em todas as pessoas usando seus poderes ao seu redor, já montamos uma história que tem uma vibração diferente da maioria dos shows de super-heróis que vimos.
A piada de que as pessoas usam esses superpoderes por motivos mundanos e muitas vezes egoístas envelhecerá? Pode ser. Mas o fato de que Jen não tem poderes, os deseja e está desesperada o suficiente para fazer o que for necessário para desenterrá-los, conduzirá a série. Tyers é engraçado como a Jen à deriva, olhando com exasperação para os poderes de todos os outros, recebendo encorajamento de seu pai ao telefone (mais sobre isso em um momento), ou sendo completamente desdenhoso de sua meia-irmã puxa-saco. É essa frustração que informará a série conforme ela avança.
Mas os momentos de super-herói também são muito engraçados, como quando Carrie canaliza Hitler para que eles possam torturá-lo e fazer Jen se sentir melhor, ou Jizzlord se transformando em um cara (Luke Rollason) e depois voltando, aparentemente incapaz de descobrir como controlar quando e onde ele faz isso. Além disso, os poderes mostrados parecem ser ilimitados, mas não tornam as pessoas que os possuem poderosas: a mãe de Jen, Mary (Siobhán McSweeney), é capaz de controlar eletrônicos, mas não tem ideia de como usar nenhum deles, e seu padrasto Ian (Robbie Gee) é um empata cujas suposições precisas sobre as emoções das pessoas são mais irritantes do que qualquer outra coisa.
Também apreciamos que Jen não esteja comprando toda a besteira de “seu poder é ser você”. Isso é mais apropriado para um filme infantil como Encanto; na “vida real” de Extraordinário, Jen pode ficar com raiva e amarga por causa disso. É muito mais divertido, de qualquer maneira.
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Tiro de despedida: Depois de descobrir quanto custa ter seus poderes encontrados pela organização de bem-estar, Jen diz: “Sim, vamos fazer isso DIY”. Em seguida, vemos uma cena no meio dos créditos de Jizzlord se transformando em um homem humano enquanto Jen dorme. “Oh, não…” ele diz antes de mudar de volta.
Estrela Adormecida: Sim, queremos ver muito Luke Rollason como a versão humana de Jizzlord. E, sim, adoramos digitar a palavra “Jizzlord”.
Linha mais piloto: Adivinhamos exatamente com quem Jen está falando quando ela fala com o pai ao telefone antes de vermos a cena que explica isso. Mas, apesar de não ser surpreendente, ainda era uma cena doce.
Nossa Chamada: TRANSMITA-O. O primeiro episódio de Extraordinário estabelece uma premissa bem engraçada; nós apenas esperamos que a piada de que todos no mundo têm poderes, exceto Jen, não se esgote rapidamente quando a novidade disso acabar.
Joel Keller (@joelkeller) escreve sobre comida, entretenimento, paternidade e tecnologia, mas não se engana: é um viciado em TV. Seus textos foram publicados no New York Times, Slate, Salon, RollingStone.com, VanityFair.comFast Company e em outros lugares.