o thriller espanhol infestado (agora no Netflix) combina dois gostos terríveis que têm um gosto terrível juntos – Covid e assassinos em série. Portanto, não é nenhuma surpresa saber que esta é uma excursão sombria nas profundezas do inferno existencial humano, explorada por dois policiais que fogem das regras, mas sempre trazem para casa o bandido. Exceto que desta vez é mais difícil porque, você sabe, Covid. Essa ruga adicionada dará um pouco de vida a um gênero impassível? Vamos descobrir.
INFIEST: STREAM IT OU SKIP IT?
A essência: Uma adolescente vagueia em uma praça da cidade. Ela é magra. Pálido. Doentio. Um vestido esfarrapado pendurado nela. Feridas em torno de seus pulsos e tornozelos. Uma boneca de palha amarrada em uma das mãos. Os policiais param. Ela grita. Subtítulo: PRIMEIRO DIA DE LOCKDOWN, acompanhado pelo som de uma porta de aço muito grande e pesada batendo WHAUMMM. Samuel Garcia (Isak Ferriz) é um policial. Detetive. Sapatos pretos, calças pretas, jaqueta preta, cabelo preto salpicado de cinza. Sua parceira é Marta Castro (Iria del Rio), sapato preto, calça preta, jaqueta preta, cabelo preto. Sua mãe está em uma casa de repouso e ele não pode visitá-la. O namorado dela é sintomático e se isola em um quarto. Está chovendo baldes. Sinistro. Sinistro.
Garcia e Castro estão no caso de What’s Up With the Gaunt Girl. Ela estava desaparecida por três meses, um sequestro presumido. Todos os outros policiais estão ocupados aplicando toques de recolher, diz o chefe, então eles estão por conta própria, exceto quando a trama diz que eles precisam de reforços ou algo assim. WHAUMMM, SEGUNDO DIA DE LOCKDOWN. Eles conversam com a mãe da menina no hospital, visitam um lugar na minúscula Infiesto, uma cidade mineira, e depois outro. Tem esse cara, conhecido como Dog Killer. É assim que o chamam: Dog Killer. Nós o conhecemos. Uma verdadeira obra de arte, este Dog Killer. Imagine como é um canalha que mata cachorros em um filme e se chama Dog Killer e onde ele mora, e você estará certo.
Merdas acontecem com Dog Killer, mas não vamos entrar nisso. Spoilers. WHAUMMM, TERCEIRO DIA DE LOCKDOWN. Garcia e Castro invadem uma provável cena de crime sem usar luvas ou se importar onde pisam ou mostrar qualquer bom senso, na verdade, e descobrem uma pista que leva a um cara conhecido como Demon. É assim que o chamam: Demônio. Nossos policiais visitam o suposto trailer de Demon e ficam furiosos porque o tempo é essencial e o trailer explode. Não se preocupe, eles sobrevivem para invadir as ruínas fumegantes, apesar de ser uma provável cena de crime. Sua detecção descuidada parece funcionar, porque eles sempre encontram a pista perfeita para desvendar ainda mais o mistério de quem sequestrou a garota magra e também, ao que parece, vários outros adolescentes em um padrão ritualístico de algum tipo. Conhecemos o Demon – um trabalho ainda maior do que o Dog Killer, mas cara, ainda não conhecemos o Profeta. O profeta! A única coisa pior do que assassinos de cães e demônios é alguém que afirma ter uma linha direta com uma divindade. Enquanto isso, WHAUMMM, QUARTO DIA DE LOCKDOWN. Covid continua acontecendo. Alerta de spoiler: Covid acontece por um tempo.
De quais filmes isso o lembrará?: infestado é uma das poças em um beco em Sete e um dos cenários do Evil Twig de Detetive de verdade cruzado com um filme de Covid como, bem, não Sozinhos Juntos ou Trancadomas talvez Mais seguro em casa ou pássaro canoro.
Desempenho que vale a pena assistir: Não estou dizendo que a atuação seja particularmente boa, mas o cara que interpreta o Demônio, José Manuel Poga, realmente arrasa no cenário, e ele é mais digno de sua atenção do que qualquer outro neste filme derivado e ridículo.
Diálogo memorável: Castro e Garcia olham – lá vem – uma parede cheia de recortes de notícias e fotos e mapas com alfinetes:
Castro: Como as pessoas podem ser assim… (fala)
Garcia: Nós vamos pegá-lo.
Sexo e Pele: Nenhum. NINGUÉM fez sexo durante o bloqueio da Covid.
Nossa opinião: Eu estava menos preocupado com a Covid aqui do que com o mofo preto, já que a investigação de Castro e Garcia os leva a um passeio pelos locais mais deprimentes do norte da Espanha. É apenas uma escória suja, abandonada, esquecida, cinza, feia e mal iluminada após a outra. Eles devem estar respirando tantos esporos, cara. Há uma cena em que seu chefe os incentiva a usar máscaras cirúrgicas por causa de Covid, e alguém se pergunta se eles ajudariam a manter o microfungo tóxico fora de seus pulmões.
Mas eu divago, de infestadocavalgada de clichês serial-killer-thriller. Não há rock narrativo aqui que não tenha sido revirado por dezenas de outros filmes semelhantes. Ele grampeia a depravação usual de assassinato ritual ao pavor existencial dos primeiros dias de Covid, e não há um raio de esperança a ser encontrado aqui – é apenas morte, morte, morte. Exceto que a morte raramente é tão chata, ou contida em um quase-procedimento tão desorganizado, povoado com personagens tão finos que fazem recortes de papelão parecerem, não sei, cachalotes? Cachalotes são bem grossos.
Os cineastas conseguem inventar um enredo para vincular a atmosfera opressiva de tortura ritual e assassinato com a atmosfera opressiva de Covid, e não, não é o grampo que mantém o roteiro unido. E desculpe, não vou revelar, menos porque é um spoiler, mais porque é tão simplista e meia-boca que tenho vergonha de digitar. Pelo menos o filme avança em um ritmo decente, então temos menos oportunidades de cair na lama pegajosa de sua ilógica e, portanto, não precisa se sobrecarregar com um único detalhe de narrativa convincente e bem considerado, ou pelo menos um que não foi desgastado por inúmeros outros filmes que o precederam. Filme ruim!
Nossa Chamada: Ei, infestado – hora de entregar sua arma e distintivo. PULE ISSO.
John Serba é um escritor freelance e crítico de cinema baseado em Grand Rapids, Michigan.