Não há como negar isso ChatGPT é uma maravilha da engenharia humana; um algoritmo que confunde até mesmo seus criadores. E, com certeza, há muita utilidade em um modelo de linguagem de uso geral como esse, mas parece que alguns magnatas de Hollywood têm uma ideia totalmente errada sobre o que ele pode ou não fazer.
Já se passou mais de um mês desde que o Writers Guild of America lançou outra greve. O sindicato cita divergências sobre salários e a crescente preocupação de bots de IA como o ChatGPT assumindo empregos como os principais motivos que alimentam essa paralisação que interrompe a indústria, mas quanto dessa preocupação é válida?
Bem, como Yahlin Chang (produtor executivo de Supergirl e O conto da serva) explica em uma nova entrevista à CBS, mesmo que Hollywood se livre de seus roteiristas e use o ChatGPT para fins de redação de roteiros, o melhor que conseguirá é um trabalho derivado.
“Você verá coisas muito sem originalidade, medíocres e ruins. A IA nunca segurou um bebê. A IA nunca se apaixonou. Então você vai acabar com algo roubado e muito ruim.”
Você pode ver a entrevista por volta das 4:30, onde Chang é acompanhado pelo colega escritor John August.
Não há nada no espectro intelectual ou linguístico que o ChatGPT seja incapaz de realizar com o prompt certo. Você pode pedir que ele apresente uma lista de ideias para histórias, escreva tratamentos completos e até preencha páginas de prancha em seu roteiro. E embora todas essas ideias e frases geradas sejam sempre únicas – já que a máquina coleta informações de um ponto aleatório em seu banco de dados e as coloca em frases – elas ainda não são o que você descreveria como originais ou inovadoras, sendo basicamente um mashup de tudo que ele processou até aquele ponto.
Por enquanto, Hollywood pode estar brincando com a ideia de substituir criativos reais por IA, mas os estúdios mudarão quando esses acionistas e tomadores de decisão de alto nível aprenderem sobre os verdadeiros limites da tecnologia.